A trilha sonora do espetáculo teatral “INVISÍVEIS”, que fala sobre moradores
de rua, foi idealizada pelo compositor paulistano Marcelo Del Rio a partir do texto "Invisíveis por Natureza", de Bruno
Sangregório, Tom Coyote e Marco Faustino, e dos ensaios realizados pelos grupos de teatro "Grupo Palavra" e "Mídias Conexas",
da capital paulista.
São canções inéditas que foram compostas e arranjadas por Marcelo e seu filho músico,
Pedro Del Rio, exclusivamente para o espetáculo, com estilos musicais diversos e que misturam música contemporânea e
medieval, época em que se passa a trama.
As gravações foram realizadas de abril de 2015 até maio de 2016, no
estúdio Andreotti e nos estúdios da dubladora DuBrasil. Algumas gravações foram realizadas no mesmo período nos estúdios
Pele Preta e Art do Som. A mixagem foi feita por Marcelo, Pedro, Samuel Andreotti, e Renato Gama na música "Invisível
por Natureza". A masterização foi feita por Samuel Andreotti.
Se você não estiver visualizando o player das músicas clique aqui.
1 - INVISÍVEL POR NATUREZA
Essa música é um retrato do pensamento de um morador de rua que, inconformado com sua situação perante
a sociedade, relata, através de rimas, suas carências e problemas, além de apresentar questionamentos relacionados à convivência
humana.
Música Incidental: “Veni, Creator Spiritus”. É um hino da Igreja Católica e outras igrejas cristãs,
provavelmente composto por Rabano Mauro no século IX, cantado em canto gregoriano na Idade Média e em outras épocas.
O texto é uma invocação ao Espírito Santo feita pelo homem que acredita ser este o espírito criador dos seres e de todas
as coisas. Trechos do hino foram utilizados como coro de vozes e algumas frases do texto original em latim foram inseridas
nessa música como, por exemplo, “Veni, Creator Spiritus” (Venha, espírito criador!) e “...credamus omni tempore” (...para
acreditar sempre em Vós).
2 - CLÉCIO
Essa faixa é o tema de Clécio, um mendigo que gosta de viver no marasmo. Inteligente, passa o dia
maquinando malvadezas, formas para enganar os outros e levar vantagens nas situações. Folgado, rouba frutas na barraca e
com sua faca aguçada ameaça gente honesta. E é capaz de matar, por ouro ou até por menos, sem remorso. Na primeira parte da
música, o lado malandro do personagem é apresentado. Num dado momento, um solo com vozes e flauta pontua o encontro de Clécio
com o Fauno, uma das cenas do espetáculo. No fim, a música traduz o final trágico do personagem.
3 - É NA TABERNA
A taberna medieval sempre foi descrita na literatura como um espaço destinado aos prazeres de
comer, descansar, dançar, namorar e beber para apreciar ou até cair. Mercenários, prostitutas e ladrões também frequentavam
as tabernas e lá se sentiam iguais perante os outros, divertindo-se da mesma maneira. Naquela época, nas tabernas cultuava-se
Baco, o deus do vinho e dos excessos, desde os tempos de Roma antiga. A Igreja Católica normalmente era contra esses tipos de
lugares, mas algumas tabernas eram controladas pela Igreja que via nesse tipo de comércio uma boa fonte de renda. Esta música
procura resgatar o clima alegre nas tabernas medievais levando em consideração esses aspectos.
4 - A FUGA DE NICOLAU
Inspirada na música medieval, esta canção instrumental traz as ações de fuga, perseguição, duelo e morte
do personagem Nicolau. A primeira parte representa o personagem recordando sua fuga após beber um determinado chá. Um coro
repetindo a conjugação do verbo fugir no modo imperativo foi criado para representar as vozes que atormentam a cabeça do personagem e
que o pressionam a abandonar sua vida e fugir. Depois, o ritmo é acelerado sugerindo a perseguição de Nicolau, seguido por um solo de
violão representando sua morte.
5 - O PESADELO
Essa música retrata o pesadelo de uma moradora de rua, onde ela é um porco que está sendo soterrado como conseqüência
de uma briga entre dois homens. Após a música incidental, um rock representa o tormento da personagem.
Música Incidental: "O
Rubor Sanguinis", da monja beneditina alemã Hildegard Von Bingen que foi consagrada Santa Hildegarda de Bingen. Ela viveu na Idade Média
e compôs muitos órganons com versos livres, onde explorava o universo do canto gregoriano. Estudiosa, em seu tempo rompeu barreiras dos
preconceitos que existiam contra as mulheres. A utilização desta música incidental sugere a personagem relatando seu sonho. Histórias
contam que Hildegard ajudava a enterrar os pobres mortos pela peste, um ato que era proibido pela Igreja.
6 - TRUE NIGHT
Música instrumental criada por Jonas Falcão, ator que faz parte do elenco da peça. A música, com
arranjo para violão, é utilizada em cenas onde os personagens fazem revelações importantes e discutem sobre a
realidade da vida.
7 - PRENDAM ESSA BRUXA
Essa canção foi criada para representar o personagem que é uma bruxa com dupla identidade. A letra foi
inspirada nas histórias das bruxas da Idade Média e sugere os rituais que elas realizavam.
8 - A MALDIÇÃO DO DRAGÃO DE FOGO
Na trama, o personagem Karadoc é amaldiçoado ao negar esmolas a um pedinte. Essa música representa essa maldição.
Música Incidental: Trechos do poema 'O Fortuna, Imperatrix Mundi', de Carmina Burana, musicado pelo compositor alemão
Carl Orff em 1936, são utilizados como música incidental nessa música. Carmina Burana são poemas profanos e textos dramáticos
manuscritos no século 13, em latim e alemão medievais.
ESPETÁCULO: Invisíveis
GRUPOS: Mídias Conexas e Grupo Palavra (São Paulo, SP)
Próximas apresentações e outras informações sobre o espetáculo:
http://espetaculoinvisiveis.blogspot.com.br/
https://www.facebook.com/Invisiveispornatureza
Fotos dos personagens: Herbert Baratella